Existe uma singularidade inerente sobre Sucot que complica, por assim dizer, sua explicação. Pois Sucot não tem nada a ver com uma simples compreensão dos textos sagrados. Vamos entender melhor isto. Por trás de Pessach, explicando em um nível simples, há um evento histórico claro pra todos que é a saída do Egito; por trás de Shavuot, há outro evento importante que trata da entrega da Torah no Har Sinai; atrás de Hanuka, está a vitória dos Macabeus; atrás de Purim, está a salvação do primeiro holocausto, se assim posso dizer, histórico e assim por diante.
Mas, e Sucot? O que está por trás desta Festa? Em um nível de resposta simples, é que Am Israel sentou-se em cabanas depois de deixar o Egito, já sabemos que esse fato já havia acontecido em Pessach, portanto, não há razão para seis meses depois [de Pessach], comemoramos Sucot como a festa das cabanas [15 do mês de Tishrei]. Então, isto confirma o que dissemos no início deste estudo, que Sucot não tem nada a ver com uma simples compreensão dos textos sagrados. Bom, vamos tentar avançar em um nível maior, B’zrat H’shem, de uma das “facetas” de entendimento da Torah.
O Gaon de Vilna nos ensina que existem apenas duas mitsvot, que são cumpridas com todo o corpo, com toda a existência da pessoa. Por exemplo, colocar Tefilin é uma mitsvá que o homem [judeu] cumpre com a [coloca o Tefilin na] cabeça e o braço; comer [obviamente com sua boca] Matza e etc. Mas duas mitsvot que são cumpridas com todo o corpo são:
1. Viver em Suca durante os dias de Sucot.
2. Habitar na terra de Israel, para se estabelecer nela.
Viver com todo o corpo, como diz o Gaon de Vilna, habitando a terra de Israel, significa: quando como e ingiro algo, ele se torna parte da minha vida, quando a sabedoria é incorporada, torna-se um modo de vida e não é mais um ensinamento ou uma palavra, uma frase ou um verso, é uma maneira que flui e se transforma em minha pessoa. Não sou uma pessoa que conhece a sabedoria, mas sou uma pessoa que vive a sabedoria.
Em suma, devemos entender que viver em Suca é uma mitsvá que é percebida de maneira experimental. É uma experiência, e como isso significa que não posso explicar; O ponto central e elementar de uma experiência é que eu posso falar sobre, porém superficialmente, pois é impossível transmiti-lo em seu sentindo profundo. Cada pedaço de vida puro é ilimitado, e a palavra não pode limitar uma experiência ilimitada. Tudo o que tem a ver com Sucot é uma experiência.
Mesmo quem estudou as partes mais profundas do judaísmo sabe que a força destes conceitos elevados e profundos não estão na palavra, mas na experiência da mensagem mística que é absolutamente transcendental. Em suma o principal em Suca é a comunicação com H’shem, meu objetivo é fugir do material, deixar minha casa estável e ir morar na Suca, percebendo a proteção Divina.
– Adaptado dos ensinamentos do Vilna Gaon