O casamento é o ponto de partida muito importante para a vida de uma pessoa. Mas o “único problema” que o casamento resolve é o problema da singularidade [vida solteira]. Obviamente, este não é um problema sem importância, pois o homem está, ou seja, se sente muito sozinho, sem raiz e distraído demais para ser capaz de enfrentar os desafios reais da vida sem o casamento. O casamento é simplesmente a melhor estrutura para lidar com os problemas da vida.
Que a vida apresenta dificuldades não deve ser surpresa pra você. A vida é composta por uma série de desafios. Mas o importante é que enfrentemos esses desafios adequadamente, desde então teremos alcançado nosso objetivo na vida. Como dizem nossos Chachamim [Sábios da Torah]: “Hoje [isto é, este mundo] é para trabalhar; amanhã [o mundo vindouro] é para a alegria da recompensa”. É preciso agir dentro do estado natural de existência chamado casamento, para enfrentar os desafios da vida.
Acredito que você já tenha entendido sobre o conceito básico da essência do casamento. Agora, precisamos entender “a realidade do amor”. O Rabino Leib Hasman, famoso bar mussar e mashgiah [supervisor espiritual] da Yeshivá de Hevron, viu um aluno comer peixe com grande apetite e satisfação.
“Diga-me, jovem”, ele perguntou: “Você gosta de peixe?” – O aluno respondeu afirmadamente. “Se você gosta de peixe…”, respondeu o Rabino Leib – “Então deveria ter tido cuidado com que estava no seu prato; você deveria tê-lo alimentado e tentado fazê-lo feliz. Em vez disso, você o está devorando. Ao passo que o aluno buscou por uma resposta adequada. Então o Rabino Leib explicou: “Obviamente você não gosta de peixe. Você gosta de si mesmo.”
Não fique assustado se ainda não compreendeu esta formidável lição. Bom, o Rabino Leib estava tentando ressaltar que, o que a maioria das pessoas chamam de “amor” é realmente um amor por si mesmo. O Amor vendido na publicidade, na falsa foto da rede social, nas telas de televisão no mundo todo, isto é apenas o “amor egoísta da satisfação com o prazer”. O romance descrito por muitos como ideal geralmente é apenas uma glorificação de alguns instintos baixos e básicos do homem, uma fantasia emocional e de gratidão meramente física.
Mas então, e o amor verdadeiro? Por outro lado, o amor verdadeiro existe quando alguém está disposto a dar [doar-se] algo precioso em benefício de outra pessoa. Não estamos falando de bens materiais que são apenas consequência disto. Desenvolver um relacionamento amoroso não é um processo instantâneo. Não se pode amar, a menos que algo tenha causado esse amor. Quando uma pessoa sente gratidão pelos benefícios que a outra pessoa lhe deu, ou melhor, lhe correspondeu, quando encontra qualidades nobres na outra, quando sente que alguém é incondicionalmente dedicado a ela, só então pode amar verdadeira e completamente essa pessoa.
Este é um amor que vêm dos Mundos Superiores, o reencontro de duas almas essencialmente ligadas. Não por consequências de escolhas avulsas, erradas ou desorientadas. Mas sim, pelo Todo-Poderoso, Bendito Seja.
– Adaptado dos ensinos do R. Aharon Feldman.