As leis de alimentação judaica são de fato muito importante para o crescimento, não só físico, mas espiritual também. Você sempre ouve as pessoas dizerem que a ideia por trás das leis kashrut [os alimentos permitidos e proibidos pela Torah] é a saúde: alguns alimentos não seriam kosher por não serem saudáveis.
Em sua grande sabedoria, a Torah teria proibido esses alimentos a fim de preservar a saúde daqueles que obedecem a seus preceitos: mariscos vivem em áreas do fundo do mar contaminadas pelo vírus da hepatite e outros patógenos, etc.
Claro, há alguma verdade nessa abordagem. Viver de acordo com a Torah é saudável; um dos maiores benefícios do estilo de vida de acordo com as diretrizes da Torah é, de fato, o bem-estar físico e mental, que é um elemento integrante da observância da Torah.
Um olhar profundo sobre a alimentação pela Torah
Mas basta um momento de reflexão para demonstrar o erro fundamental dessa abordagem: pensar assim significa considerar que o mundo físico é primordial, que o mundo é como é um fato primário – alguns alimentos são prejudiciais à saúde e outros não; é assim que as coisas são. E somente depois desse fato a Torah lida com essa realidade, prescrevendo a ingestão de tal alimento e proibindo aquele outro.
Nesta visão, a Torah é secundária a um mundo finito e, portanto, também deve ser finita. O próximo passo – absolutamente inevitável – é, obviamente, pensar que a Torah está sujeita a alterações [D’us nos livre]! Alimentos que antes não eram kosher, mas que não são mais prejudiciais à saúde devido à tecnologia moderna, podem ser consumidos! Afinal, a única razão para a proibição foi uma consideração de saúde.
No entanto, o segredo espiritual é exatamente o oposto. Se alguns alimentos são proibidos, a razão é completamente espiritual, se entendemos algo dessa profundidade espiritual ou não. O elemento principal é o espiritual, o transcendente. De fato, pode muito bem ser que as qualidades físicas dos alimentos proibidos sejam como são porque sua essência espiritual é impura: os mariscos vivem em habitats contaminados e podem ser fisicamente prejudiciais porque não são kosher!
Essa é a percepção que devemos ter [obviamente e principalmente um judeu, pois é de sua responsabilidade]. Se você deseja se tornar espiritualmente consciente, deve fazer um esforço para quebrar as diretrizes do pensamento ocidental que prendem o universo dentro de limites finitos. A sabedoria transcendente deve ser a principal coisa.
Podemos observar a importância da alimentação para a saúde. Como vimos, não só para a saúde física, porém ainda mais para a saúde espiritual. Aqui nós saímos de fato, de uma visão finita em torno da alimentação e percorremos a uma visão infinita e profunda da Torah sagrada.
– Com base nos ensinos do Rabino Akiva Tatz